quarta-feira, 11 de julho de 2007

continuando o assunto


Dando seguimento ao que já foi discutido anteriormente, no que diz respeito às relações entre a barbárie e a civilização, se pode fazer algumas considerações que servem de instigação para a reflexão sobre o que já foi dito. Toda a pureza do ser vivente em contraste com a já corrupta situação em que a decrepitude pode se manifestar. As normas de boas maneiras que destroem a espontaneidade são o fardo que a garotinha terá que suportar para ser aceita como uma legítima representante do que já se foi produzido de mais sofisticado em termos civilizatórios, sendo isso tido como motivo de respeito e padrão abalizador de uma presunçosa superioridade frente aos que não são portadores de tal aparato simbólico que lhe está sendo introjetado. Já o visigodo pós-moderno com o seu dedo médio, ou como diriam os antigos: digitus obscenus, apontado na mesma direção em que o amarelado sorriso devasso se dirige, pode indicar a falta de compromisso com o mundo criado na fantasia dos bons costumes. Isso é uma forma de atuar que o torna muito mais livre para que sua intuição e sua vontade fluam no sentido em que lhe for mais conveniente. Através desse jogo de conveniência, que até certo ponto deixa transparecer um tom de cinismo, é que se conseguirá criar as condições que lhe servirão de atalho para a conquista de certos espaços em situações que o decoro não tem livre entrada, não sendo capaz de obter benefícios que demandam da situação. Até que a garotinha em seu processo de experimentação do mundo em que vive se dê conta de todas as nuances que nos são esfregadas na cara em nossas práticas com as coisas mundanas, muitas contrariedades e desgostos vão permear a sua existência, coisas que vão servir de ponto de partidas para que se haja uma flexibilização dos padrões que ao longo de sua vida ela foi adquirindo, é quando as certezas começam a ruir. Enfim, o que se pode concluir da imagem que enquadramos em nosso campo de visão é o contraste da devassidão, languidez e depravação com a pureza, limpidez e transparência que se mostra em um jeito de olhar tímido e recatado, mas curioso.

uma informaçãozinha sobre o orkut

Penso que seja necessário indicar essa menssagem a pessoas que possuam uma certa quantidade de comunidades. Queiram verificar, se possivel com uma certa frequência, se aquelas comunidades que estão na sua lista foram realmente as que vc viu quando veio a idéia de fazer parte delas... o que acontece é que foi elaborada mais uma forma de se fazer escrotagenzinhas pelo orkut. Ao atingir um certo numero de pessoas, ha comunidades que, seja por muita vontade de sacanear seu dono ou por ela ter sido invadida por alguem com muita vontade de sacanear, sua descrição original é alterada... aqui vai o meu testemunho para que fique melhor explicitado do que que se trata tal recomendação. Dia desses, eu tranquilo e calmo em mais uma de minhas periódicas checagens às menssagens recebidas neste site de relacionamentos, me deparo com uma imagem de alto teor de comicidade; dentre o quadro de comunidades a mostra, ali no cantinho como quem quer se esconder, pude avistar uma com a foto de um jovem rapaz naquela mesma posição que Napoleão perdeu a guerra, ou se preferir, que Leão Lobo perdeu o cabaço, rigorosamente despido, onde podia-se ver duas mãos que apertavam e arregaçavam suas devidas nádegas de modo que se pudesse deixar a mostra o núcledo do seu back-orifice acompanhado dos seguintes dizeres: "Só Levo na Bundinha". A primeira coisa me pôde vir a cabeça ao ter aquela visão do inferno foi expresso na seguinte frase murmurada quase que inconscientemente, mas numa cadencia rítmica que a tornava bastante inteligivel a quem me fazia par: "O-QUE-POR-RA-É-IS-SO?" pois bem, depois da gargalhada bem contida pra não despertar suspeitas infundamentadas no ser humano que me acompanhava em tal checagem, tive a inevitável idéia de verificar em uma por uma das minhas comunidades se haviam outras da mesma estirpe, é quando lá pelas últimas páginas, já quando eu estava desistindo de procurar e mais aliviado por pensar ter apenas uma comunidade desse tipo diluida em meio as minhas trezentas e poucas, me aparece outra nominada: "O cu é meu e eu dou sim!" com uma foto em que só se podia distinguir que se tratava de dois cristãos em uma posição sexual a qual eu, no alto dos meus 24 aninhos e perpassado por uma adolescência típica de qualquer um outro jovem com os hormônios em dia, nunca tinha visto nem imaginado que existia. Não que eu tenha alguma restrição a pessoas que possuam esse tipo de prática, nem muito menos que isso tenha ferido minha virilidade ou afetado os meus já escassos pudores. Pelo contrário, eu acho sempre elogioso todo e qualquer tipo de lascívia, languidez, devassidão ou depravação e se for pra ter orgasmo, o que vier na idéia é critério de validade para tal. Mas o problema é que eu não me encaixo no grupo de pessoas que apreciam tais formas de se obter tudo isso, e confesso que minhas bochechas esbranquiçadas enrubesceram ao imaginar que isso pudesse ter sido visto por certos terceiros, então para evitar quaisquer mal-entendidos, achei conveniente escrever a respeito e avisar que, apesar de minhas comunidades falarem muito sobre minha personalidade, no que diz respeito a orientãção sexual, se interessar saber, é mais seguro que se olhe no quadro que designa tal aspecto do meu perfil =D

sexta-feira, 6 de julho de 2007

"Crash"

Dois mundos diferentes dividindo o mesmo espaço e a impossibilidade de um estabelecimento de termos de convivência. O que mais nocivo pode existir para a sanidade de alguém? O renovar de estímulos desagradáveis que se acumulam dia-a-dia sempre se somam a necessidade de nossos impulsos egocêntricos, localizados nos recantos mais ocultos de nós mesmos, satisfazerem suas demandas em busca de um mínimo de aprazimento para si.O que se esperar de uma constante submissão a situações que destoam daquilo que é o princípio que traça uma das diretrizes primordiais da existência de uma pessoa, a busca do prazer?A resposta a essa questão vem como uma maneira de abalizar a que ponto o indivíduo foi domesticado pela vida em civilização. Todo ser humano carrega em si um homicida que, ao ser confrontado com as rédeas do convívio em público, normalmente hesita em puxar o gatilho. Toda essa energia coibida engrossa o coro de vozes que gritam ensurdecedoramente em nossos ouvidos todos os dias e principalmente noites, em que tentamos dormir mas acabamos por se envergar frente a inquietude de nossas manifestações psíquicas. Em meio aos solilóquios que simulam situações malogradas dos dias que tivemos, sempre encontramos formas imaginárias de transformar mentalmente o motivo de nossa irritação em cenas agradáveis a nossos olhos e ouvidos, uma desforra ilusória contra a realidade onde todo nosso sadismo encontra um terreno fértil para desabrochar. A distância entre essas situações imaginárias, em que damos voz e controlamos os detalhes dos fatos, e a ambivalência da imprevisibilidade do momento acontecido, é quase sempre motivo de mais angústia e irritação. Coisa que geralmente nos damos conta de forma mais clara quando os primeiros raios da manhã entram através da janela, nos fazendo perceber o tempo perdido em inutilidades. .Por outro lado, também motivo de um insuportável auto-flagelo, é o sentimento de culpa que nos acomete quando o impulso se manifesta de maneira violenta o suficiente para suprimir a domesticação suavizante que permeia a convivência. A tensão entre esses monstros situados no domínio imaterial de nossa consciência é constante, tornando os conflitos consigo mesmo inevitáveis. A história do garotinho que matou a família e foi ao cinema musicada por Lobão não é mais suficientemente impactante para quem despertou a essa dimensão de si próprio, pois, ao contrário do auto-controle tão cultuado pelos asseclas da maturidade emocional, mais orgástica é a sensação que se manifesta no seu poder de dominação, da vontade impulsiva, sem que para isto, exista possibilidade de ser acometido por sentimentos de responsabilidade por uma conduta moralmente condenável. Este é um privilégio apenas dos psicopatas, incapazes de sentir qualquer tipo de emoção, o que os poupa de muitas dores de cabeça, diga-se de passagem.É uma tarefa muito desoladora ponderar de que forma agir nas variadas situações-limite em que deparamo-nos. Os mundos que convivem diariamente entre si estão fadados a sujeitarem-se cada vez mais a tênue fronteira existente entra a barbárie e a civilização, fonte de onde provem muitos dos comportamentos mais bizarros que já presenciamos...